"Shortbus"
A ideia de um filme cheio-cheio de sexo e sexos a bailarem às claras, sem planos filmados de esguelha nem fades estratégicos ou violinos chorosos e que ainda por cima partilhe salas com os blockbuster é, apostaria, uma ideia muitos e de há muito.
É certo que a história de Shortbus tem algumas coisas de estilo convencional, e que já se viram melhor exploradas noutras situações do cinema que está na moda: tem histórias de personagens com vidas muito maradas e que teimam em cruzarem-se umas com as outras; tem gente americana deprimida e infeliz com a sua vida; tem as twin towers; tem a frustração de uma mulher que não pertence ao talgrupo e tem um grand finale com uma festa de cantoria folclórica. Mas estas vidas, esta gente, esta mulher, ou esta banda, que já andaram noutros lados, aqui despem-se de preconceitos e de roupas, sem despropósitos e sem escândalos.
Talvez Shortbus seja um princípio para que, no cinema, o sexo apareça com mais desígnio e deixe de se resumir às lamechices da treta que escondem pudores fora-do-prazo.
Este filme foi um belo remate para um dia onde coincidências acumuladas fizeram saltar a rolha de um espumante rosé.
(carregar na foto para ver onde se exibe este filme)
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Cinema
2 comentários:
Não ligo muito a cinema, por isso nem devia comentar, mas não resisto a colocar uma questão essencial: Com tanto pipi e pipó a bailar, há alguém que consiga comer pipocas?
Paulu: sabias que nem em todas as salas de cinema se podem tasquinhar pipocas? Talvez sejam cada vez mais uma raridade, mas que as há, há!
Calculo que um pipoca-fã que vá ver este filme pipi-piloca, passe o tempo todo de boca aberta de espanto, e acabe por sair da sala com o pacote cheio de milho e a cabeça de maçarocas!
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