Poema ao banco
Outro Domingo Balnear
Praia de São Pedro de Moel, Marinha Grande
Bancos há muitos, para todos os gostos, e nem sempre são daqueles que fazem publicidade lastimável para as suas ofertas de negócio não menos nocivas.
Na pequena São Pedro de Moel, que vive de Verão a euforia tosca que hibernou durante todo o Inverno, não há nenhuma agência bancária!
Foi por isso uma surpresa encontrar este banco onde nem o turístico Verão, nem a depressão do Inverno conseguiram chegar. O banco tem a cara pintada mas pela maneira como está polida aresta do seu assento dir-se-ia que é quase tão velho como o mar que mira ou vá lá como a árvore que o sombreia.
Na pequena São Pedro de Moel, que vive de Verão a euforia tosca que hibernou durante todo o Inverno, não há nenhuma agência bancária!
Foi por isso uma surpresa encontrar este banco onde nem o turístico Verão, nem a depressão do Inverno conseguiram chegar. O banco tem a cara pintada mas pela maneira como está polida aresta do seu assento dir-se-ia que é quase tão velho como o mar que mira ou vá lá como a árvore que o sombreia.
Sobre o banco, pendurado na copa da árvore, um artista apaixonado e inspirado (talvez o senhor à sombra) pintou numa tábua as rimas que aqui transcrevo, não vá a dar-vos a preguiça ou venha a hipermetropia dizer que não se lê nada pá!:
Ó banco do descanso/Ó banco do reformado/Aqui se fala o presente/Aqui se fala o passado
Ó banco bem colocado/Debaixo desta ramagem/Senta-te e mira bem/Esta bonita paisagemÓ banco de azul pintado/Que queres tu imitar/Não há pincel que consiga/Dar-te o tom do azul do mar
Ó banco se tu falasses/Tinhas muito que dizer/Se alguém te perguntar/Nunca queiras responder
Ó banco bem colocado/Debaixo desta ramagem/Senta-te e mira bem/Esta bonita paisagemÓ banco de azul pintado/Que queres tu imitar/Não há pincel que consiga/Dar-te o tom do azul do mar
Ó banco se tu falasses/Tinhas muito que dizer/Se alguém te perguntar/Nunca queiras responder
Soube também que a única caixa de Multibanco de São Pedro foi de férias, aproveitando, pelo menos, este mês de Julho. Deixou um papel riscado a esferográfica a dizer Fora de Serviço e foi ver o pôr-do-sol. Fez ela muito bem!