5ª.feira de Espiga, S.G. sem espinhas
No Maria Matos, até Domingo 20, Sérgio Godinho (em) ligação directa. Se recomendo? Corram já à bilheteira, leiam o post depois.
A minha mãe deve-se ter fartado de ouvir o Godinho enquanto estava grávida de mim, depois deve-me ter embalado ao som do Godinho e depois ainda, quando me achou crescidinha, deu-me para a mão o LP Duplo Era uma vez um rapaz e ensinou-me a mexer no gira-discos, com jeitinho olha que risca. Hoje em dia partilhamos entre nós a custódia dos CD's (se não todos, quase todos) do SG, se grandes bulhas mas com alguma negociação.
A experiência que é assistir a cada concerto do Godinho e seus novos Godões tem um quê do que me parecer ser ao que se chama milagre. Ontem ouviram-se as prometidas 25 músicas, umas quantas do novo álbum Ligação Directa, outras quantas sem o serem.
Mas de um músico com tantos anos de carreira e para este meu ouvido viciado em Godinho, de “antigo” ali nada se ouviu. Tudo me soou a novo! Tudo batido em claras, numa única e impecável surpresa que só a sábia generosidade do Godinho pode dar às suas músicas quando as deixa serem inspiradas pelo dom do Nuno Rafael e o trabalho daquela empenhada equipa. Músicas antigas, mais antigas do que eu e daquelas que conheci antes mesmo de nascer, foram postas a demolhar num caldeirão do elixir da juventude e ficaram, outra vez, muito bem neste seu novo visual. Num repertório com mais intervenção do que romance, com um gomo de tangerina ritmado por um teclado numa antiga máquina de escrever, com um homem fantasma apresentado por coro alentejano, com um relógio de cuco na casa onde alguém vai dar devagar.
E todos os créditos para: Nuno Rafael, pensador, nas guitarras, toca também máquina de escrever; Miguel Fevereiro em ainda mais guitarras; João Cabrita, um resistente dos habituais três assessores de Godinho, nos sopros e alguns coros; João Cardoso no piano, teclados e muito animação; Sara Côrte-Real no coro, teclado, percussão e a afiar a espada do velho samurai; Nuno Espírito Santo, o mais alto, fica no baixo; Sérgio Nascimento, um animal da percussão, numa bateria híbrida de batida portuguesa traz puros o seco som do tambor e o solto som da pandeireta; Godinho na batuta, sempre em plena ascensão!
5 comentários:
É caso para dizer que o diminutivo vem-lhe do carinho que temos por ele..., porque ele é mesmo é «Good», Sérgio Good!
Isto é que é falar do Godinho com um brilhozinho nos dedos!
:)
ou um GOD! mais pequenino!
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não percebi foi o link final em ascenção (?!)
a minha avó é mais fã dessa procissão do que a blogger pelo godinho. todos os anos passa debaixo da nossa janela, com as mantas penduradas na varanda!
eu?! tambem prefiro ouvir o sg enquanto a procissão passa!!
Ele é Good, God e preferido a Santos! É um brilhozinho este Godinho. Bem merece os cachos de fãs que tem!
Luís: A quinta-feira de Espiga é a quinta-feira de Ascensão, que sucede ao Domingo da Procissão da Nossa Senhora dos Remédios (parece-me ser essa que a tua avó prefere ao Godinho).
O link sugerido apanhou Tortosendo por mero mérito: foi, sem dúvida, o melhor link que encontrei com informação sobre este dia festivo.
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