A solo
Margem do Rio Febras
São Salvador de Briteiros, Guimarães
São Salvador de Briteiros, Guimarães
Tantos dias em lugares outros que não os meus, só eu sem outro ou outros meus e sem ter assim estado vez alguma. Deve portanto ter sido natural (apesar de ter sido coisa que me bateu à porta sem avisar) aquele período do começo da viagem em que estranhei o ritmo e me senti a esborrachar para me moldar a este novo estilo de Estar. Dá luta aturarmo-nos e cansa termos de tomar conta de nós próprios a cada minuto do dia, sobretudo em lugares desconhecidos com os seus hábitos próprios que sempre se demoram a revelar. Mas com calma lá vamos. Depois de apanharmos a passada apoderamo-nos dos lugares de uma forma ímpar, com a força e a fragilidade de sermos só um. E com o passar do tempo ficamos com a consciência bem lembrada de que para além de só um, somos mesmo, e apenas, só mais um.
Prestes a encontrar-me com gente amiga (em Vila Real) assomou-se uma saudade de ver chegar ao fim esta condição solitária, mas entretanto confortei-me pensando que a próxima é: assim que eu quiser! – ou será que senti esta saudade apenas por saber que estavam ali à frente uns braços abertos para me receber?
Prestes a encontrar-me com gente amiga (em Vila Real) assomou-se uma saudade de ver chegar ao fim esta condição solitária, mas entretanto confortei-me pensando que a próxima é: assim que eu quiser! – ou será que senti esta saudade apenas por saber que estavam ali à frente uns braços abertos para me receber?
À partida de Lisboa trazia na mochila a pergunta: Para que me estou eu a meter nisto? Lá para meio caminho, lembrei-me dela e fui ver se já estava acompanhada de uma resposta. Nem uma resposta, nem sequer a pergunta. Mas no seu lugar encontrei outra interrogação: Como podia eu não ter vindo?
Tecto de uma bela massa à camponês
Cervejaria Martins, Guimarães
2 comentários:
Estou desconfiado que escreveste isso no livro de honra da Cervejaria Martins, em Guimarães, só para beberes umas cervejinhas à borliú!
EU? Assinar o livro de honra da cervejaria Martins? Pois, pois.
Assim que lá entrei os gajos olharam para mim e perguntaram-me se eu era o frangaínho que eles iam depenar, cozer e desfiar para a canja do dia seguinte!
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