História riscada à beira do Mondego
Conhecia-a de nome e de vista, mas de soslaio. Apesar de estar quase certa de que em pequenita andei pelas casas do Portugal dos Pequenitos, verdade se diga que as memórias que guardo me parecem ser ideias que entretanto construí sobre imagens que, em tempos mais recentes, terei visto algures. Afinal, estive aqui antes ou não estive aqui antes?
Lá do alto, a cidade de Coimbra espreita o pachorrento Mondego. É a geometria da urbe que risca a encosta até ao rio e que agita esta paisagem. Coimbra tem cara bonita com rugas que ao sol se riscam mais fundo e que mais fundas melhor lhe ficam. Os riscos de Coimbra exibem provas da história vivida pela cidade.
Aquela ruga mais longa, que lhe atravessa a testa, é o que resta da linha da muralha que há tempos guardou a população. Coladas a ela desenrolam-se, do lado de dentro, ruas e casas com cara de quem almoçou torres de muralha. Do lado de fora as ruas cresceram depois do país conquistado, ziguezagueando sem medo pela Baixa virada a poente, salubre e cheia de vida. Rasgando uma pequena bolsa entre estes riscos e contida entre edifícios altos, a Praça de Comérico é praça capaz de engolir gente, de nos fazer ficar a olhar para si e para nós dentro dela. Para varrer o trânsito rumo ao Norte, a Rua da Sofia foi risco aberto no séc. XVI que, de tão grande e inovador tamanho, até de outros países vieram gentes para a contemplar. A Praça da República, do fim do séc. XIX, é linha que cose a colina ao modernismo que se alastra cada vezs mais. No cocuruto da cidade, o penteado é definido por uma larga quadrícula entupida de carros que separa algumas das faculdades da Universidade re-re-reformada. A ponte de Santa Clara é risco feito e refeito atravessando o Mondego sempre no mesmo lugar por todos os que governaram a cidade e desembocando no Largo que ainda hoje se chama da Portagem. Paralelo ao rio, risca-se de fresco o moderníssimo Parque Verde do Mondego, que ainda espera vir a tornar-se numa bonita ruga com vida entranhada.
Lembrei-me entretanto: sim, eu já aqui tinha estado! Veio-me à memória um caderninho de folhas A4 dobradas em A5, presas por um fiozinho de lã que se enrolava ao vinco das folhas. Era um caderninho de excursão escolar com desenhos para colorir e exercício simples precisamente sobre a visita ao Portugal do Pequenitos. Não servia de avaliação alguma mas, pelo menos, serviu para assegurar memórias uns 25 anos depois!
Lá do alto, a cidade de Coimbra espreita o pachorrento Mondego. É a geometria da urbe que risca a encosta até ao rio e que agita esta paisagem. Coimbra tem cara bonita com rugas que ao sol se riscam mais fundo e que mais fundas melhor lhe ficam. Os riscos de Coimbra exibem provas da história vivida pela cidade.
Aquela ruga mais longa, que lhe atravessa a testa, é o que resta da linha da muralha que há tempos guardou a população. Coladas a ela desenrolam-se, do lado de dentro, ruas e casas com cara de quem almoçou torres de muralha. Do lado de fora as ruas cresceram depois do país conquistado, ziguezagueando sem medo pela Baixa virada a poente, salubre e cheia de vida. Rasgando uma pequena bolsa entre estes riscos e contida entre edifícios altos, a Praça de Comérico é praça capaz de engolir gente, de nos fazer ficar a olhar para si e para nós dentro dela. Para varrer o trânsito rumo ao Norte, a Rua da Sofia foi risco aberto no séc. XVI que, de tão grande e inovador tamanho, até de outros países vieram gentes para a contemplar. A Praça da República, do fim do séc. XIX, é linha que cose a colina ao modernismo que se alastra cada vezs mais. No cocuruto da cidade, o penteado é definido por uma larga quadrícula entupida de carros que separa algumas das faculdades da Universidade re-re-reformada. A ponte de Santa Clara é risco feito e refeito atravessando o Mondego sempre no mesmo lugar por todos os que governaram a cidade e desembocando no Largo que ainda hoje se chama da Portagem. Paralelo ao rio, risca-se de fresco o moderníssimo Parque Verde do Mondego, que ainda espera vir a tornar-se numa bonita ruga com vida entranhada.
Lembrei-me entretanto: sim, eu já aqui tinha estado! Veio-me à memória um caderninho de folhas A4 dobradas em A5, presas por um fiozinho de lã que se enrolava ao vinco das folhas. Era um caderninho de excursão escolar com desenhos para colorir e exercício simples precisamente sobre a visita ao Portugal do Pequenitos. Não servia de avaliação alguma mas, pelo menos, serviu para assegurar memórias uns 25 anos depois!
2 comentários:
A última vez que fui ao Portugal dos Pequenitos estive de muito mau humor (fiz uma birra, em bom português, e andei de trombas). Infelizmente, apesar de saber que isso foi há muitos anos não sei há quantos terá sido. Nem posso dizer com confiança: Olha, foi há mais de x porque eu não faço birras desde o y. A verdade é que eu fui um puto ignóbil e birrento até muito tarde e o z real é mais um IR, um número irracional!
Quem me conhece agora não diria nada ... ;-)
Mas fui há menos de um mês às ruínas de Conímbriga, Domingo de manhã, para entrar à pala, e gostei muito. Aquilo poderia estar muito melhor - tanto potencial desperdiçado! - mas almocei no novo restaurante umas fanecas com broa que estavam um mimo. Construiram também umas reconstituições do Forúm e Banhos que ficaram bastante engraçadas. Dos banhos, em especial, a vista para o vale é lindíssima, cheia de arvoredo.
Isto também serve, Respigadora? Pus-me para aqui a escrever....
A Conímbriga não fui. Estive lá num Domingo Gratuito há meia dúzia de anos atrás e parecia-me que, como entretanto os Romanos não tinham regressado, não haveria por lá nada de novo. Mas agora que falas nisso do Fórum e do Banho fico a moer o assunto...
Como vês, serviu e bem este teu comentário!
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