05 julho 2007

Castelo Coimbrão

A primeira frente de casas, em baixo, subindo para a direita é a
Couraça de Lisboa
nome dado à frente da muralha com que se deparava quem
chegava a Coimbra vindo de Lisboa

Não precisamos (nem o devemos fazer visto tratar-se de uma senhora) de lhe perguntar a idade para saber que Coimbra é mulher de muitas Primaveras. Tem pelo menos as suficientes para ter vivido no tempo em que as cidades tinham castelos. Mas hoje, na zona alta de Coimbra não há castelo que nos ensine história - há antes uma universidade, nada mal!

O Castelo de Coimbra atava as duas pontas da muralha no seu lado Sudeste, junto à Porta do Sol, adequadamente apontada a Nascente. D. Afonso Henriques mandou aí erguer-lhe uma torre de menagem de base quadrada, seu filho D.Sancho I preferiu uma pentagonal e, uns anos depois aquando da reforma Pombalina da Universidade, o Marquês lembrou-se de mandar as torres pelos ares para erguer um Observatório Astronómico e ficar a ver estrelas. Reza a história que a cisterna, sobre a qual assentava o castelo e estas duas torres, não estava dimensionada para suportar as cargas do Observatório e vai daí, para aquele lugar, nem torre quadrada, nem torre pentagonal nem o Observatório, está lá hoje o Largo Dom Dinis mesmo antes de cairmos pelas "Escadas Monumentais" abaixo. Catrapum!

Sobre a porta de Almedina, a que foi a principal entrada na cidade, apontada a Poente, encontrei um museu-moderno a ocupar a respectiva torre. É o "Centro Interpretativo da Cidade Muralhada", um museu do município. Como anfitrião recebe-nos um apaixonado pela muralha ainda que, por ter má visão, precise de falar muito sobre nós é um encanto de senhor. Há uma maquete com o traçado da muralha por alturas do séc.XII, há um vídeo com habilidades virtuais sobre a história urbana de Coimbra, há uma exposição temporária sobre bonitos desenhos da cidade muralhada, feito por Peir Maria Baldi em 1669, ilustrando a viagem de Cosme de Médicis por Espanha e Portugal. A cereja no topo do bolo somos nós no topo da torre!

Não resisto em deixar este índice para que espreitem outros desenhos de Maria Baldi feitos durante a mesma viagem. O livro está disponível no site da Biblioteca Nacional Digital.

2 comentários:

paulu disse...

Vois sois cerejas, e os desenhos de Peir Maria Baldi um figo. Bela descoberta.

Jota disse...

Ainda bem que voltaste Paulu, já estava a ter problemas com o comportamento deste Sr. Post. Desde o início que se gabava de si próprio por dar a mostrar os desenhos de Maria Baldi, todo pimpão. Mas depois ninguém lhe ligou, e ele, já há uma semana sem ter comentários, andava desconsoladíssimo em prantos das nove às cinco, pensando que ninguém o apreciava. Ufa! (e agradecemos, eu e a vizinha de cima!)