27 março 2008

Expressão: Juno



Se, depois da invenção e difusão da fotografia, os artistas não se tivessem atrevido a ser melhor do que aquela máquina perfeita e ainda andassem a apurar-se com uma académica pintura realista, nunca tínhamos visto o Grito de Munch.
Se, perante o dramatismo com que se retrata a tragédia fatal de uma adolescente grávida, com os seus pais aos berros e aos choros, o namorado fugido de rabo entre as pernas, Diablo Cody* não se tivesse atrevido a ser mais expressionista que realista, não se tivesse atrevido a ter mais graça-piada que desgraça-lamechas, nunca podíamos ter visto este filme Juno.

Sem querer dizer mais, coisas daquelas que estragam a surpresa do filme, remato: vale a pena ver e rever!

* nas suas palavras é uma sheltered, suburban geek, working as a copy typist que um dia pensou God, this absolute sucks, I would rather be naked. E e daí a striper e blogger, e daí a publicar um livro, e daí a escrever o argumento para este Juno. (David Letterman entrevista Diablo Cody em 2006 e em 2008).

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